O director do Ordenamento do Território e Recursos Hídricos dos Açores anunciou ontem o alargamento a todo o arquipélago do sistema de monitorização de qualidade de águas subterrâneas e superficiais, que cobre actualmente quatro ilhas.

Virgílio Cruz, que participou num seminário sobre Ambiente, promovido pelo jornal Açoriano Oriental e Universidade dos Açores, adiantou aos jornalistas que a monitorização decorre, actualmente, nas ilhas de São Miguel, Santa Maria, Flores e Pico.

Essa monitorização vai ser, agora, alargada às ilhas do Faial, Graciosa e Corvo, esperando o executivo açoriano que, dentro de um ano, o sistema já esteja activo em toda a região.

O director regional disse, ainda, que 98% do abastecimento da população açoriana é assegurado por água subterrânea.

Virgílio Cruz acrescentou que, nos Açores, as utilizações mais importantes são de uso urbano, com 56,1%, estando recenseadas 950 nascentes e 83 furos, segundo dados relativos a 2001.

Virgílio Cruz admitiu que o arquipélago açoriano "não deverá ter problemas nos próximos anos" em relação à quantidade de água, mas salvaguardou que nalgumas ilhas, atendendo às suas características morfológicas, geológicas e hidrogeológicas, "pode ocorrer alguma maior dificuldade" no acesso.

Mas esta será uma situação que "é tecnologicamente ultrapassável", garantiu o director regional dos Recursos Hídricos, que reconheceu, porém, que "existem algumas questões para resolver" do ponto de vista da qualidade.

Segundo disse, estas questões residem nas origens, nomeadamente com os parâmetros microbiológicos na água, e defendeu que a solução "mais adequada" passa pela definição das zonas de protecção às origens de água, assunto que o Governo regional "está a trabalhar", para posteriormente "poder cooperar" com os municípios...